A moça dos chinelos azuis


Quem é a moça do sorriso às vezes tímido, às vezes bobo, mas sempre bonito que passa por aqui?


Ela vem todos os dias, algumas vezes mais de uma vez, se posiciona em frente ao espelho, se olha, faz uma foto e se vai. Não há conheço, não sei quanto tempo faz que a vejo passar, mas a reconheço a qualquer hora e em qualquer lugar. Seu sorriso marcante, seu olhar de menina e sua postura de mulher.

Ela é um mito, aquele ser fantástico que mesmo que seus olhos possam ser capazes de enxergar, seu intelecto se nega a acreditar que possa ser real.

Certa vez ela passou com um sorrisinho sem graça, como se nesse dia o sorriso fosse um fardo a se carregar. Parou, se olhou no espelho, fez uma foto meio que sem vontade, metódica essa menina. Eu a vi e logo percebi, mesmo sem conhecer não foi preciso uma palavra para que eu soubesse que ela precisava de alguém que lhe dissesse que tudo ficaria bem, foi então que eu, que nunca falo, apenas observo não resisti, me aproximei e sem perguntar o que acontecia apenas comecei a falar e as palavras foram saindo como seu eu soubesse exatamente o que dizer. Eu não sabia, apenas percebi que deveria dizer algo e deixei que as palavras saíssem. Sem perceber logo estávamos os dois sorrindo.

Agora ela não é mais um mito. Sem perder seu encanto ela soube passar de mito à mistério com a mesma sutileza de uma lagarta ao se tornar uma borboleta, sem pressa e ao seu tempo. O mito carrega consigo a fantasia, mas o mistério trás a magia...

PS: Livre-se dos Crocs cor de rosa minha amiga, eles não combinam com ninguém.

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