Na vida precisamos cortar o mal pela raiz, seja qual for esse mal. O maior problema é descobrir qual é a raiz. No meu caso é a expectativa.
Hoje em dia esperamos pelo o celular que nunca toca, a notificação de mensagem que nunca chega, o e-mail que nunca aparece na lista. Tentamos ter paciência exercitando nossa impaciência, algo tão eficiente quanto usar uma peneira para pegar água.
Então desligue o celular, feche o Outlook e vá colocar a sua mente para trabalhar em algo mais produtivo.
Nasci em uma cidade do interior de Minas Gerais, que na época possuía pouco menos de 50 mil habitantes, onde não havia pressa para nada. Estudava em colégio que ficava a cerca de um quilômetro e meio de distância da minha casa, e todos os dias às 12h30min eu saia de casa para ir para aula, à pé. Chegava cerca de 10 minutos antes de a aula começar, tempo o suficiente exercitar meus dons na arte da traquinagem. E nossa como eu era bom em fazer arte. Eu tinha uma vida dupla, por fora, o pestinha, o traquina, o bagunceiro e por dentro o CDF estudioso que tirava boas notas, o suficiente para levar a professora de ciências na sétima série à loucura no final do ano.
- Evaldo, sente-se agora ou zero sua nota desse bimestre.
- Já passei na sua matéria tia – Disse eu com um sorriso cínico no rosto.
A média era 70% e nessa altura eu já estava com 75% de aproveitamento no ano letivo.
Onde quero chegar com essa pequena história? Não existia expectativa, o ano interio era diversão e comprometimento. Estava na escola para estudar, mas não deixava de ser quem eu era. Eu não tinha a expectativa de tirar boas notas, eu simplesmente às conseguia, muitas vezes sem ao menos entender como, pois até hoje vacilo muito no português.
Todos já passaram pela embaraçosa situação de relatar um acontecimento estranho a alguém e quando esse alguém vai averiguar a situação ela simplesmente não acontece. Lembra quando o seu carro estava fazendo um barulho estranho e justamente no dia em que você levou ao mecânico o barulho sumiu? Você passou quase uma hora na oficina com o carro ligado, olhando para o motor e dizendo: “Preste a atenção, vai fazer barulho”.
Por fim, você saiu frustrado da oficina e seu carro nunca mais fez o barulho.
A frustração, a angustia, o medo, até mesmo o estresse são o resultado das expectativas não atingidas.
Quando você não estiver mais esperando o celular vai tocar, a mensagem vai chegar, a notificação de e-mail aparecerá na tela.
A expectativa é o mal que preciso cortar pela raiz, o estresse a angustia são os galhos que estão arranhado meu telhado. E você? Talvez saiba quais são os galhos, mas qual a raiz do seu problema? Pegue o machado na garagem, acabei de amolar e seja feliz...
0 comentários: